sexta-feira, outubro 28, 2005

sobre todas as coisas....

Hj eu li o texto de duas pessoas que escreveram exatamente o que eu gostaria de falar, mas ainda não tive oportunidade (capacidade ou criatividade) de digitar. Um foi o post do Rodrigo que vcs devem ler. Outro foi a coluna da Matha Medeiros que, mais uma vez, disse exatamente o q eu penso.

Certezas absolutas

Passado o referendo, o resultado: gastaram-se centenas de milhões para decidir que nada vai mudar. Leio que planeja-se agora fazer referendos sobre a legalização do aborto e do casamento entre gays. Que país rico este nosso. Será desembolsada outra grana para "consultar o povo" como se fôssemos uma nação homogênea. Não somos a Suíça, e sim um país gigantesco com uma tremenda desigualdade social e cultural. Um sujeito nascido em Porto Alegre e outro em Macapá parecem ser de planetas diferentes; o cara que freqüenta o Leblon não tem nada a ver com a beata que sobe de joelhos a escadaria da Penha; quem vive no sertão nunca viu água encanada e muito menos um iPod. Somos uma nação de estrangeiros com a mesma nacionalidade, cada um voltado para seu gueto, seu universo, seu perfil no IBGE. Diversidade cultural é uma virtude, porém acredito que referendos sejam mais úteis quando a população tem um mínimo de identidade e a mesma condição socioeconômica. Querer radiografar os desejos desta nossa nação multifacetada através de um simples SIM ou NÃO é inocência ou má-fé. Que tal primeiro dar a mesma educação a todos, as mesmas condições de saúde, o mesmo acesso à informação, para então sair em busca de um resultado representativo de toda a sociedade?
Eu sei, eu sei... Se esperarmos este dia chegar... Foi só uma idéia.
Também me impressionou a competitividade que o referendo despertou, ao menos aqui, um Estado polarizador por natureza. Desde maragatos e chimangos até gremistas e colorados, ficou claro que esta coisa de respeitar a opção do outro não cola. E ai daquele que tem dúvidas ou fica confuso. Ai dele.
Eu confio mais em quem, de vez em quando, diz "não sei" do que naquele que morre com sua opinião sem jamais se permitir um instante de vacilo. Confio mais, porque quem duvida é uma pessoa que não se assusta com suas fraquezas, sabe que o alicerce que a sustenta é forte e portanto não teme desmoronar por causa de uma relutância. Adoro ver pessoas talentosas que, ao serem entrevistadas, não se alçam à condição de infalíveis. Geralmente são modestas e defendem suas verdades e suas incertezas com a mesma naturalidade. Me ocorrem vários exemplos, mas como assisti recentemente à entrevista que o diretor Fernando Meirelles deu à Marília Gabriela, é ele quem cito: um brasileiro aclamado aqui e no Exterior, que viveu seu momento de glória com o impactante Cidade de Deus e que acaba de solidificar sua carreira em definitivo com O Jardineiro Fiel. Este "em definitivo" é ousadia minha, ele não diria isso de si próprio. Ele diria: "é, pode ser, vamos ver, por enquanto as coisas estão indo bem..."
Todas as pessoas acreditam estar agindo certo, mas certeza absoluta, quem tem? Não sabemos o que nos aguarda pela frente, não temos bola de cristal, vivemos num mundo conflituado, com uma quantidade excessiva de informação que às vezes mais atrapalha do que ajuda. São tantas as variantes a serem analisadas, tantas pessoas vivendo de formas distintas, como podemos julgar que o melhor para nós é o melhor para o outro? Por essas e outras, um pouquinho de humildade não faz mal a ninguém.
Por Matha Medeiros.
E a minha posição ao último comentário do post anterior, feita pelo Tiago:
Não tem nada a ver com "não poder reclamar depois".. como jah disse, acho q a decisão não tem nada a ver com a minha vida. E do que adianta dar uma opinião, se depois vou ter q ficar aqui, q nem uma palhaça vendo todas as merdas acontecerem de qualquer forma. Votar é é uma ilusão. É muito romântico achar que o seu voto vai mudar o Brasil. Eu jah to pulando fora dessa "democracia" em que se é obrigado a votar.
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Enquanto isso, eu to esperando..... and time goes by so slowly....
Confessions on a Dancefloor....

sexta-feira, outubro 21, 2005

referendo



A Uma Thurman é um ótimo exemplo de que as armas de fogo devem ser proibidas. Enfrentou um exército de capangas sem usá-las. Arrasou!!

Quando chegar o momento de nós mesmos lutarmos contra os bandidos, eu quero ser que nem ela! é muito mais charmoso lutar com espadas, chutar, bater, arrancar o olho, puxar o cabelo, dar facadas...

Não votarei nem pelo SIM, nem pelo NÃO. Vou estar fora da cidade. Mas se fosse votar, pela 1° vez anularia meu voto. Seria uma coisa totalmente contra aos meus princípios mas é a única saída que eu vejo. E pior: daqui pra frente acho q vou anular tudo. Tudo e todas as pessoas em que eu acreditava me decepcionaram de tal forma a jogar toda minha formação política pelo ralo. Dói dizer isso. Mas não quero mais saber dessas bombas todas.

um bom voto a todos, e que a decisão seja o melhor para o Brasil.

quarta-feira, outubro 19, 2005

meninos e meninas


No filme "Cruel Intentions" de 1999, mostra a cena da personagem da Sarah Michelle Gellar ( Kathryn) ensinando Selma Blair (Cecile) a beijar. No cinema, se escuta comentários do tipo "que nojo"... Mas sexo na novela das 8 não é nojento, e as crianças podem escutar e cantar musicas com apelo sexual que não é nojento.
*ótimo filme, recomendo.
O preconceito e por conseqüência a discriminação, é de longe o que me causa mais revolta e é também o que me traz o maior sentimento de frustração. É fácil saber como é esse sentimento... pergunte para qualquer um que pertença a um destes grupos: gay, negro, nordestino, velho, gordo, muito magro, deficiente físico, pobre, mulher e tantos outros. e ainda dentro destes grupos, seus sub-grupos, como no de gays: travestis, afeminados, barbies, bissexuais, os "fora-do-meio" e por aí vai. É preconceito em cima de preconceito.
Ainda quando estava no colégio, lembro-me de ouvir coisas do tipo: fulaninho é viadinho, vamos bater nele. O Marcelo é gordinho, vamos deixá-lo de fora do time. E as crianças são cruéis. Esse tipo de coisa sempre me incomodou. Hj, no escritório por exemplo, tive que ouvir da estagiária que ela tem nojo de gente com AIDS. Com certeza ela tem esse pensamento pq ouviu dentro da sua casa, ou pq é como aquelas pessoas que vão atrás de tudo que a mídia diz. Milhões de respostas vieram na minha cabeça, mas com certeza ela ficaria chocada. Achei melhor ficar quieta.
Depois de tanto preconceito, surgem livros como aquele que o Thor jah postou a respeito, chamado “Na Terra de Deus e do Homem”, que fala justamente desse antigo pensamento conservador, o que contribuiu para que doenças como AIDS, e tantos outros problemas criassem raízes em nossas vidas, sendo praticamente impossível de serem resolvidos.
Será que nunca vamos conseguir enxergar o próximo sem essa canhestra visão reducionista e preconceituosa? Minha maior indignação, é ver que as novas gerações trazem consigo aquele mesmo ranço discriminatório dos pais e avós. O que fazer em um mundo em que a própria igreja ensina as pessoas a terem preconceitos?
( por favor, não fiquem chocados comigo).
beijos!!

terça-feira, outubro 18, 2005

strike a pose



When all else fails and you long to be
Something better than you are today
I know a place where you can get away
It's called a dance floor,
and here's what it's for, so...
Come on, vogue
Let your body move to the music[move to the music]
Hey, hey, hey
Come on, vogue
Let your body go with the flow [go with the flow]
You know you can do it!!!!

segunda-feira, outubro 17, 2005

madonna, where's the party?


Cada vez que um artista lança um disco novo, eu tenho medo de escutar. Fico numa ansiedade para escutar o single, ver o dvd, assistir ao show... mas o medo de decepção é muito grande.

A Madonna já me decepcionou. E foram várias vezes. Quem me conhece pensa que eu acho tudo que ela faz maravilhoso. Mas como todas as pessoas que eu amo fazem coisas erradas, não é pq ela escorrega no patê de vez em quando q eu vou deixar de gostar do seu trabalho. Há quem fale mal dela pq ela “deixou de ser puta”. Só que se ela tivesse aquele comportamento ate hj, iam criticá-la pq ela já esta com quase 50 anos e se comportando da mesma forma de 20 anos atrás.

O que me deixa mais feliz no novo disco “Confessions on a Dance Floor”, é que este é especialmente dedicado aos fãs mais fiés da cantora. Como eu, eles querem dançar, pular, gritar, querem Madonna nas pistas de dança!
No meu primeiro contato com o single “Hung Up” parece que ela escutou o que os fãs queriam.
Um presente totalmente dedicado a mim. E eu vou esperá-lo ansiosamente, muito feliz!

segunda-feira, outubro 10, 2005

a irresistível arte da internet

Todo mundo que tem um blog ou lê blogs, sabe que é quase irresistível a curiosidade que a pessoa que ali escreve desperta em quem lê. Não são raros os casos de pessoas que se apaixonam por autores de blogs sem nunca tê-los visto. Isso já aconteceu comigo. Mas não foi só a paixão por uma pessoa que vcs sabem quem é. Amigos fantásticos como o Lisandro, que foi a primeira pessoa que eu “pedi em amizade” nesse mundo blogueiro. Achei por acaso o blog dele pesquisando material sobre a Bjork na internet. Logo percebi que nosso gosto musical era praticamente uma réplica, logo eu não poderia deixar de falar com ele. E assim é ate hj, e nas festas que fizemos juntos e os fofos queridos que vieram de brinde: Trent, Dhi e Fabio.

Mas até onde a pessoa que escreve é capaz de revelar a personalidade? E mesmo que a pessoa revele, será que na maioria das vezes a gente consegue perceber? Mensagens subliminares nas entrelinhas eram as minhas preferidas quando comecei a colocar minhas idéias malucas lá na 1° versão do Safra 1984, feita em abril 2004 http://safra1984.weblogger.terra.com.br. Escrevia de tudo um pouco. Meus artistas preferidos, filmes, personagens, música, muita música, realease das festas, choros, mágoas e homenagens. Mas nem tudo podia ser dito, senão eu seria motivos se questionamentos eternos. Até hj é assim. Penso que as pessoas ficaram escandalizadas se eu escrevesse tudo q penso.

Os sentimentos são controversos e a sensação causada na primeira leitura é sempre interessante. Alguém que escreve em português errado é menos interessante do que quem escreve corretamente? Eu que nunca soube e nunca saberei colocar vírgulas, falo descontroladamente ou em pausas estranhas? Falo assim na vida real tmb?

As amizades virtuais surgem no 1° contato através dos blogs, depois vem o msn, onde acontecem conversas em tempo real e na maioria das vezes visualização de fotos. E depois veio o orkut, que vc mexe e futrica nos amigos, nas comunidades, nos depoimentos, o que faz aquela pessoa mais íntima pra vc. Mas será que há resquícios inequívocos de suas personalidades ali? há pessoas que mantém eternamente o anonimato e nunca dão cara a seus textos. Acho um charme.

Das pessoas que conheci através de blogs e internet, nenhuma me decepcionou ate hj. Houve algumas surpresas em relação ao modo de falar de alguns, mas meu sentimento é positivo em relação a todos eles. Não sei se sou a mesma pessoa ao vivo. Tenho quase certeza que não.

Mas quem tinha q gostar gostou. Enfim realmente valeu a pena essa história toda.

Perguntas rondam minha cabeça a cada vez que "leio" alguém. E você? É o que você escreve?

quinta-feira, outubro 06, 2005

felizes e milionários para sempre

Meu Deus do Céu!

Essa é a frase que eu tenho a dizer depois de assistir “2 filhos de Francisco” .
O filme que conta a trajetória da dupla Zezé di Camargo e Luciano, deve causar um certo pé atrás para os intelectuais e para as pessoas que não gostam de música sertaneja. Sei que estou falando a mesma coisa que todas as críticas que vcs já devem ter lido a respeito do filme na internet. Mas quero deixar claro que eu não tenho nenhum “apego” pela dupla nem por Vanessas e afins. O receio deve vir dos péssimos filmes nacionais envolvendo celebridades como os da Xuxa e Didi.
Para mim, o filme conta a história dos pais dos cantores, um trabalhador rural apaixonado por música e que sonhava com a carreira musical dos filhos. Mas a história que parece um tanto óbvia para quem não assistiu o filme, causa surpresas, choro e constrangimento.
Os momentos alegres na infância e a vida adulta dos personagens existem, mas são mostrados de maneira honesta e bastante crível. Dos conhecidos contos de fada, a história só tem mesmo o final feliz.

Só tomem cuidado ao se apaixonar pelos personagens.

E fica aqui meu braço a torcer e meus sinceros reconhecimentos.

*mas eu não vou comprar disco nenhum.
beijos e bom final de semana!